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Sequência TRAP

O que é a Sequência TRAP?

A sequência de perfusão arterial reversa (sequência TRAP – “Twin Reverse Arterial Perfusion”, também conhecida como síndrome TRAP) é uma condição que ocorre apenas em gestações gemelares Monocoriônicas/Diamniótica, na qual um gêmeo, sem sistema cardíaco funcional chamado de “feto Acárdico”, recebe sangue do gêmeo que apresenta desenvolvimento normal, chamado de “feto bomba”. Isso provoca num aumento do débito cardíaco, colocando o “feto bomba” em risco de insuficiência cardíaca. Se a Sequênia TRAP não for tratada, o feto normal morrerá em 50% a 75% dos casos.

O risco para o “feto bomba” aumenta proporcionalmente de acordo com a relação do “feto bomba” em relação ao Peso do “feto Acárdico” . A sequência TRAP também está associada ao excesso de produção do líquido amniótico que é causada pelo aumento do fluxo sanguíneo para os rins do “feto bomba”, que provoca uma superprodução de urina fetal que é a fonte primária de líquido amniótico. Esse acúmulo de líquido pode causar polidrâmnio, desconforto respiratório para mãe, encurtamento do colo, rotura prematura das membranas  e Parto Prematuro.

A “perfusão arterial revertida” é usada para descrever essa condição porque o fluxo sanguíneo é oposto ao suprimento sanguíneo normal do feto. Na sequência do TRAP, o sangue entra no “feto Acárdico” pela artéria umbilical (que geralmente leva o sangue do feto de volta à placenta) e sai pela veia umbilical, que normalmente carrega o sangue da placenta para o feto.

Qual é a frequência dos casos de sequência Trap?

A sequência da TRAP afeta aproximadamente 1% das gestações monocoriônicas, com uma incidência de 1 em 35.000 nascimentos.

Classificação dos casos de sequência TRAP

Tipo Feto Acárdico Características
Acéfalo Ausência de estruturas cefálicas
Anceps Some cranial structures and/or neural tissue present
Acormus Cephalic structures but no truncal structures
Amorfo No discernible cephalic or truncal structures

Diagnóstico de sequência TRAP

No exame de ultra-som Morfológico do 1º trimestre entre 11-14 semanas é o período ideal para o diagnóstico e classificação das gestações gemelares, diagnóstico do feto acárdico, como deve-se realizar o acompanhamento da gestação e analisar as possíveis técnicas de cirurgia fetal.

Deve-se fazer avaliação estrutural do feto acárdico, inserção placentária e do cordão umbilical. Acompanhar à cada 2 semanas, até 18 semanas para fazer aconselhamento e discutir como manejar o caso (forma individualizada).

Extremamente importante o acompanhamento ecográfico à cada 2 semanas e no feto normal realizar avaliação crescimento, Doppler Artéria Umbilical, Doppler Artéria Cerebral Média, e função cardíaca (Tricúspide, Mitral e MPI).

Fatores prognósticos para os casos de sequência TRAP

Fatores de Mal Prognóstico:

  • Relação Peso fetal do Feto Acárdico/ Peso Fetal Feto Bomba > 70%.
  • Insuficiência Cardíaca Congestiva
  • Hidropisia
  • Polidramnio
  • Feto Acárdico sem coração
  • Diferença do IR Artéria Umbilical  < 0,20 entre ambos os fetos

Associação Parto Prematuro em associação com:

  • Relação Peso fetal do Feto Acárdico/ Peso Fetal Feto Bomba > 70%, incidência de Parto Prematuro > 70%.
  • Polidramnio associação de Parto Prematuro > 40%.
  • Insuficiência Cardíaca Congestiva associação de Parto Prematuro > 30%.

Quais casos podem ser candidatos à cirurgia intra-uterina?

 

Critérios de Inclusão:

  • Feto Acárdico com Peso maior que 70% do Peso do feto Bomba;
  • Polidramnio;
  • Insuficiência Cardíaca Congestiva;
  • Desconforto Respiratório Materno;

Critérios de Exclusão:

  • Medida do Colo Uterina < 1,5 cm;

Quais as opções de cirurgia fetal para sequência TRAP?

 

Conduta Expectante:

  • Acompanhamento sem tratamento intra-utero.

Opções de Cirurgia Fetal Sequência TRAP:

  • Ablação por Radiofrequência
  • Ligação cordão umbilical feto acárdico
  • Laser vasos umbilicais
  • Laser Intrafetal

Porque optar por fazer cirurgia fetal na sequência TRAP

 

  • Por conta da perfusão arterial reversa através de anastomoses Artéria-Artéria entre os fetos em gestação Monocoriônica/Diamniotica, ocorre na maioria dos casos um desiquilibrio importante de fluxo sanguineo entre feto acardico e feto bomba.
  • A mortalidade do feto bomba chega até em 50% dos casos não tratados.
  • Alguns casos em que feto apresentem hidropsia podem levar a Mãe apresentar Síndrome de Espelho, Síndrome de Ballantyne ou Síndrome do triplo edema constitui uma tríade caracterizada pela presença de hidrópsia fetal, hidrópsia placentária e edema materno generalizado. Os sintomas maternos associados à síndrome em espelho desaparecem rapidamente após diagnóstico e tratamento efetivo do problema fetal, neste caso o feto acárdico hidrópico. Se a causa subjacente à hidrópsia fetal não for diagnosticada e/ou não for possível a realização de terapêutica prénatal adequada, o tratamento da síndrome em espelho só é possível após término da gravidez, independentemente da idade gestacional. O tempo médio do desaparecimento dos sintomas maternos é de aproximadamente nove dias.
  • Taxa de sucesso na cirurgia fetal pode chegar a 80%.

 

Idade gestacional para a realização da sequência TRAP

 

A Cirurgia Fetal para os casos Sequência TRAP devem ser realizadas preferencialmente até 18a semanas de gestação. Estes casos devem ser encaminhados para Centro de Referência para orientação, acompanhamento e tratamento adequados.

EQUIPE CIRURGIA FETAL FMFLA

  • Dr. Renato Ximenes
  • Dr. André Malho
  • Dr. Márcio Miranda
  • Dr. Carlos Baldo
  • Dr. Mauro Villa Real
  • Dra. Alexandra Pires Grossi
  • Dra. Adriane Fischer Astori