A ecocardiografia fetal é um exame essencial para avaliar o desenvolvimento e o funcionamento do coração do bebê ainda dentro do útero. Trata-se de uma análise detalhada que complementa o ultrassom morfológico, com foco exclusivo na estrutura e nas funções cardíacas do feto. Geralmente, é realizada entre a 20ª e a 28ª semana de gestação, mas pode ser indicada em outros momentos, dependendo das necessidades do acompanhamento gestacional.
Para que serve a ecocardiografia fetal?
O exame tem como objetivo identificar e monitorar problemas estruturais ou funcionais do coração do bebê. Ele fornece informações completas sobre:
- Estruturas cardíacas: Avaliação detalhada das câmaras do coração (átrios e ventrículos), paredes cardíacas, válvulas e vasos sanguíneos principais (como a aorta e artéria pulmonar).
- Fluxos sanguíneos: Análise das direções e velocidades do sangue dentro do coração, verificando se está circulando adequadamente.
- Batimentos cardíacos: Avaliação do ritmo e da frequência cardíaca para detectar arritmias ou outras alterações.
Com este exame, é possível identificar condições como:
- Cardiopatias congênitas (como comunicação interventricular, transposição de grandes vasos e coarctação da aorta).
- Alterações no ritmo cardíaco (arritmias).
- Obstruções nos fluxos sanguíneos ou outras malformações mais raras.
Quando a ecocardiografia fetal é indicada?
Embora seja um exame seguro e que deva ser indicado para todas as gestantes, ele é frequentemente solicitado em casos específicos, como:
- História familiar de cardiopatias.
- Alterações no ultrassom morfológico: Quando o ultrassom detecta possíveis alterações cardíacas ou anatômicas associadas ao coração.
- Se marcadores do 1º trimestre como Translucência Nucal (TN), Osso Nasal, Ducto Venoso ou Regurgitação Tricúspide estiverem alterados.
Exemplo: TN > 3,5 mm, Osso Nasal ausente, Ducto Venoso com Onda A ausente ou reversa, e Regurgitação Tricúspide. - Se o risco no rastreamento do Morfológico do 1º trimestre for maior que 1 em 1000 (pacientes consideradas de Alto Risco e Risco Intermediário).
- Se marcadores do 1º trimestre como Translucência Nucal (TN), Osso Nasal, Ducto Venoso ou Regurgitação Tricúspide estiverem alterados.
- Doenças maternas: Diabetes mellitus, lúpus ou outras doenças autoimunes; infecções durante a gestação (como rubéola e citomegalovírus).
- Gestação de risco: Casos de gestação gemelar com síndrome da transfusão feto-fetal ou restrição de crescimento intrauterino.
- Uso de medicamentos específicos que possam afetar o desenvolvimento do coração fetal.
- Gestantes com idade avançada: Grávidas acima dos 35 anos, com maior risco de alterações cromossômicas e cardíacas.
Qual a importância da ecocardiografia fetal?
A ecocardiografia fetal é essencial porque pode:
- Identificar problemas cardíacos ainda durante a gestação.
- Planejar o parto em locais com estrutura para atender bebês com alterações cardíacas.
- Permitir tratamento intrauterino em casos específicos.
- Garantir um acompanhamento adequado, promovendo a saúde tanto do bebê quanto da mãe.
???? Observação importante: Cardiopatias congênitas são as malformações mais comuns e, ao mesmo tempo, as menos diagnosticadas. É recomendada a avaliação cardíaca fetal em todas as gestações, considerando a alta incidência e gravidade dessas condições.