A anemia fetal é uma condição clínica caracterizada pela redução progressiva dos glóbulos vermelhos (eritrócitos) na circulação sanguínea do feto, resultando em queda dos níveis de hemoglobina e hematócrito.
Quando há redução significativa dessas células, o feto pode desenvolver hidropisia (insuficiência cardíaca fetal), o que pode levar ao óbito intrauterino. Casos graves também estão associados a alto risco de comprometimento neurológico e sequelas permanentes.
Causas
A causa mais comum é a isoimunização Rh, que ocorre quando mulheres com sangue Rh negativo têm parceiro Rh positivo. O sistema imunológico materno produz anticorpos contra as hemácias fetais.
Principais causas:
- Aloimunização de RBC materna: incompatibilidade entre os tipos sanguíneos mãe-feto, levando à destruição das hemácias fetais.
- Infecção por Parvovírus B19: vírus que pode afetar a medula óssea fetal, reduzindo a produção de hemácias.
- Distúrbios genéticos e metabólicos: incluem síndrome de Down, Niemann-Pick, Gaucher, anemia de Fanconi, deficiência de G6PD, talassemia alfa e outros. Também pode ocorrer em gestações gemelares devido ao compartilhamento placentário.
Diagnóstico
Gestantes com risco (isoimunização Rh, hidropisia fetal, infecção por Parvovírus B19) devem realizar avaliação Doppler da artéria cerebral média.
Este exame mede a velocidade do fluxo sanguíneo. Valores alterados indicam necessidade de cordocentese para coleta de sangue fetal e avaliação de hematócrito e hemoglobina.
Tratamento
O tratamento de escolha para anemia fetal grave é a transfusão de sangue intrauterina, que:
- Previne morte fetal por insuficiência cardíaca;
- Aumenta as chances de sobrevida ao nascimento;
- Reduz o risco de dano neurológico permanente.